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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Último Folheto De Missa


Todos os domingos o sobrinho do velho vigário saía pela cidade e entregava folhetos de missa. Num desses dias chuvosos e frios, o menino se agasalhou e saiu caminhando pelas ruas desertas, parando de porta em porta e entregando os folhetos sacros.
Depois de caminhar por duas horas na chuva, todo molhado, faltava entregar o último folheto. Chegou até uma casa toda fechada, misteriosamente fechada e  tocou a campainha. Ninguém respondeu. Tocou de novo. Tocou mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Estranhou tanta demora pois, naquela cidadezinha, eram todos conhecidos,
 Virou-se para ir embora, mas algo o deteve. Tocou a campainha e bateu bem forte na porta. Desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Mas ainda conseguiu murmurar com voz sumida:
-'O que eu posso fazer por você, meu filho?' 
-'Senhora, me perdoe se estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que Jesus gosta muito da senhora. E lhe manda este folheto que fala Dele. - Virou-se e saiu olhando sempre para ela. 
 Na missa do domingo seguinte o Padre perguntou no momento das intenções se alguém tinha algo a dizer?' Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé e começou toda emocionada:
- Desde quando meu marido faleceu deixando-me totalmente sozinha neste mundo, eu perdi a vontade de viver. Então peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão da minha casa. Eu amarrei a corda numa viga do telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta da corda  no pescoço. De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a ponto de saltar com a corda no pescoço, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Vou esperar um minuto e quem quer que seja, irá embora. Mas a campainha era insistente. Depois a pessoa que estava tocando, começou a bater bem forte. Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me visitar. 'Eu afrouxei a corda do meu pescoço e fui ver quem era.. Quando eu abri a porta e vi quem era, mal pude acreditar. Era um menino, talvez mandado por Deus que disse:
-'Senhora, eu só vim aqui para dizer que Jesus gosta muito da senhora.
'Entregou-me o folheto que eu li palavra por palavra. O resto já sabem...
 Não havia na igreja quem não tivesse lágrimas nos olhos. O velho Padre desceu do altar e foi abraçar a mulher – ressuscitada - e  seu sobrinho que também chorava de emoção.

Autor desconhecido
Colaboração: Carlos E. Della Justina

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