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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Vencendo O Desânimo

O grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.
- Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela?
Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.
- Sou a Sra. Adams, disse-lhe. – nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana…
- Para as flores, lembrou o vigia. 
- Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.
- Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última visita e para lhe agradecer.
O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza:
- Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores…
- Como assim? Perguntou a dama.
- É que… A senhora sabe… As flores duram tão pouco tempo… 
- E afinal, aqui, ninguém vê…
- O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou à senhora Adams.
- Sei, sim senhora. Pertenço a uma associação de serviço social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos.
- Lá, sim, é que as flores fazem muita falta…
- Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.
A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.
Meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.
- Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável.
- O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e fazem com que eu me sinta feliz.
- Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei.
- É que reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.
A Sra. Adams descobrira o que quase todos não ignoramos, mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguira auxiliar-se a si própria.

Autor desconheço
Colaboração: Carlos E. Della Justina

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